terça-feira, 19 de agosto de 2014

MELINDRE E ESPIRITUALIDADE



MELINDRE 

Para o dicionário, melindre significa a facilidade de se ofender. Uma pessoa melindrosa é aquela que se ofende e se magoa com facilidade. Aborrece- se com tudo e com todos, sem que haja grandes motivos para isto. Guarda ressentimento por longo tempo, pois enxerga maldade em todas as atitudes que contrariam seu modo de pensar ou agir. É incapaz de compreender, aceitar e perdoar as faltas dos seus semelhantes. Uma pessoa melindrosa não busca esclarecer os pontos obscuros de uma determinada situação, preferindo julgar-se injustiçada e incompreendida.
Ermance Dufaux, no livro Reforma Íntima sem Martírios, por Wanderley Oliveira, destaca que a “larga diferença vai entre a ofensa natural e o melindre, que é a reação neurótica às ofensas. Melindre é o estado afetivo doentio de fragilidade, que dilata a proporção e natureza das agressões que sofremos do meio. Pequenas atitudes ou delicadas situações são motivos suficientes para que o portador do melindre se agaste terrivelmente, fechando-se em corrosivo sistema de mágoa e decepção com os fatos e as pessoas que lhe foram motivo de incômodos e contrariedade. Assim, aumenta a intensidade do fato e desgasta-se afetivamente através de imaginações febris sobre a natureza das ocorrências que lhe afetaram.
Sabemos que a mágoa é o peso energético nascido das ofensas transportadas conosco dia após dia como se fosse um ‘colesterol da alma’, causando-nos males no corpo e no Espírito.
Sabemos também que a irritação é como se fosse  dura  martelada no sistema  nervoso,  levando­nos  ao  interesse  e  perda  energética.  Então por que agasalhar semelhantes malefícios quando temos tanto esclarecimento?  Compreendamos  algo  sobre  os  mecanismos  da  ofensa  e  da  cólera  para  avaliarmos  sobre  as  razões  que  nos  inclinam  para essa  atitude  de  desamor,  e, fazendo assim, procuremos, igualmente, através do melhor entendimento oferecer a nós próprios o corretivo, para os problemas de melindre e contrariedades do dia a  dia.” 
Portanto, devemos ter a consciência de que o melindre pode ser a porta que se fecha para nosso aprendizado no educandário da vida, pois aquele que se acha ofendido segue sem rumo em busca daquilo que deseja ouvir, vestindo o véu da ilusão e esquecendo-se dos ensinamentos transmitidos pela espiritualidade.
O Irmão Lucius, em suas lições, destaca que “o chanceler de sua aprendizagem é a sua escolha em construir coisas boas na vida, enquanto encarnado. Driblar as intempéries faz parte da faixa terrena e, por isso, não potencialize os problemas corriqueiros. Não é o único a passar por testes, pois todas as criaturas encarnadas neste plano estão a expiar os erros do presente e do passado. A escolha é sua e por ela deve arcar com todas as consequências, mesmo que na mente pareça nada acontecer. O turbilhão da verdade chegará e mostrará o verdadeiro sentido em ter mais um dia de vida. Agradeça por essa dádiva e faça valer todo o tempo encarnado, pois seu livro de vida está sendo escrito".

Finalizo com um trecho do Irmão André Luiz, na cartilha de boa condução moral chamada Sinal Verde, por Chico Xavier: 

“Não permita que suscetibilidades lhe conturbem o coração.
Dê aos outros a liberdade de pensar, tanto quanto você é livre para pensar como deseja.
Cada pessoa vê os problemas da vida em ângulo diferente.
Muita vez, uma opinião diversa da sua pode ser de grande auxílio em sua experiência ou negócio, se você se dispuser a estuda-la.
Melindres arrasam as melhores plantações de amizades.
Quem reclama, agrava as dificuldades.
Não cultive ressentimentos.
Melindrar-se, é um modo de perder as melhores situações.
Não se aborreça, coopere.
Quem vive de se ferir, acaba na condição de espinheiro”


Texto elaborado por Fábio Dantas, a partir da seguinte bibliografia:
-www.irmaolucius.blogspot.com.br
-Livro "Reforma Íntima Sem Martírio", do Espírito Ermance Dufaux, por Wanderley Oliveira
-Internet

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