MELINDRE
Para o
dicionário, melindre significa a
facilidade de se ofender. Uma pessoa melindrosa é aquela que se ofende e se
magoa com facilidade. Aborrece- se com tudo e com todos, sem que haja grandes
motivos para isto. Guarda ressentimento por longo tempo, pois enxerga maldade
em todas as atitudes que contrariam seu modo de pensar ou agir. É incapaz de
compreender, aceitar e perdoar as faltas dos seus semelhantes. Uma pessoa
melindrosa não busca esclarecer os pontos obscuros de uma determinada situação,
preferindo julgar-se injustiçada e incompreendida.
Ermance Dufaux, no livro
Reforma Íntima sem Martírios, por Wanderley Oliveira, destaca que a “larga
diferença vai entre a ofensa natural e o melindre, que é a reação neurótica às
ofensas. Melindre é o estado afetivo doentio de fragilidade, que dilata a
proporção e natureza das agressões que sofremos do meio. Pequenas atitudes ou
delicadas situações são motivos suficientes para que o portador do melindre se
agaste terrivelmente, fechando-se em corrosivo sistema de mágoa e decepção com
os fatos e as pessoas que lhe foram motivo de incômodos e contrariedade. Assim,
aumenta a intensidade do fato e desgasta-se afetivamente através de imaginações
febris sobre a natureza das ocorrências que lhe afetaram.
Sabemos que
a mágoa é o peso energético nascido das ofensas transportadas conosco dia após
dia como se fosse um ‘colesterol da alma’, causando-nos males no corpo e no
Espírito.
Sabemos também que a irritação é como se fosse
dura martelada no sistema nervoso, levandonos
ao interesse e perda energética. Então por que agasalhar semelhantes malefícios quando temos tanto esclarecimento?
Compreendamos algo sobre os mecanismos da
ofensa e da cólera para avaliarmos
sobre as razões que nos inclinam para essa
atitude de desamor, e, fazendo assim, procuremos, igualmente, através do melhor entendimento oferecer a nós próprios o corretivo, para os problemas de melindre e contrariedades do dia a
dia.”
Portanto,
devemos ter a consciência de que o melindre pode ser a porta que se fecha para nosso
aprendizado no educandário da vida, pois aquele que se acha ofendido segue sem
rumo em busca daquilo que deseja ouvir, vestindo o véu da ilusão e esquecendo-se
dos ensinamentos transmitidos pela espiritualidade.
O Irmão Lucius,
em suas lições, destaca que “o chanceler de sua aprendizagem é a sua escolha em
construir coisas boas na vida, enquanto encarnado. Driblar as intempéries faz parte
da faixa terrena e, por isso, não potencialize os problemas corriqueiros. Não é
o único a passar por testes, pois todas as criaturas encarnadas neste plano estão
a expiar os erros do presente e do passado. A escolha é sua e por ela deve arcar
com todas as consequências, mesmo que na mente pareça nada acontecer. O turbilhão
da verdade chegará e mostrará o verdadeiro sentido em ter mais um dia de vida. Agradeça
por essa dádiva e faça valer todo o tempo encarnado, pois seu livro de vida está
sendo escrito".
Finalizo com
um trecho do Irmão André Luiz, na cartilha de boa condução moral
chamada Sinal Verde, por Chico Xavier:
“Não permita que suscetibilidades lhe conturbem o
coração.
Dê aos outros a liberdade de pensar, tanto quanto
você é livre para pensar como deseja.
Cada pessoa vê os problemas da vida em ângulo
diferente.
Muita vez, uma opinião diversa da sua pode ser de
grande auxílio em sua experiência ou negócio, se você se dispuser a estuda-la.
Melindres arrasam as melhores plantações de
amizades.
Quem reclama, agrava as dificuldades.
Não cultive ressentimentos.
Melindrar-se, é um modo de perder as melhores
situações.
Não se aborreça, coopere.
Quem vive de se ferir, acaba na condição de
espinheiro”
Texto elaborado por Fábio Dantas, a partir da seguinte bibliografia:
-www.irmaolucius.blogspot.com.br
-Livro "Reforma Íntima Sem Martírio", do Espírito Ermance Dufaux, por Wanderley Oliveira
-Internet
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