domingo, 24 de abril de 2016

Pai DAMIÃO - A lastimável saga do andarilho sem caminho


A alvorada dos sonhos pode até parecer algo intangível, mas na realidade o óbvio está diante dos olhos dos que não conseguem enxergar diante de tamanha ganância pela totalidade do espaço garantido a todos. O todo guardado para banquetes seletos e não distribuídos não serve para a coletividade diante da abusividade do querer tudo e o todo a qualquer preço sem olhar diante dos seus e servir no que é realmente essencial. A essência divina é tudo e ao mesmo tempo pode parecer do nada, caso a criatura investida em seus propósitos existenciais não saiba garantir seu espaço sem as devidas cautelas da mente. E se a mente falha diante do espelho obscuro da vaidade e inebriado por manchas tão projetadas que nem mesmo os raios mais quentes solares podem diminuir os efeitos nefastos no mal. Ao mesmo tempo em que o bem chega de maneira sutil, o mal se apropria da mesma mente com os mesmos nomes para garantir o êxito dos projetos sem coordenadores para tal fim. E nessa empreitada tudo vai sendo substituído diante da certeza de que os caminhos irão se abrindo com a ganância de ser o todo, quando na realidade o nada permanece na mente obsoleta do óbvio. Portas e portas são batidas, abertas e seguidas... No mesmo instante em que o nada aumenta de tamanho dentro do peito já chegado vazio diante das possibilidades de vida. O sexo vai entrando na mente como serpente sedenta por líquidos voláteis e perenes, mas o depois nunca chega para preencher as lacunas da mente doentia. Muitos saem à procura da soberba para saciar a sede por poderes paranormais e o grande circo começa a seguir, garantindo público compatível com a falta de crença e responsabilidade do protagonista. Os caminhos vão se apagando e umedecendo com as lágrimas volúveis que saem dos poros do réptil transformado pela agilidade do viver no ganhar qualquer coisa por qualquer preço. O nada vai ainda mais seguindo ao lado do abutre que agora se apodera de sua mente para guiar no buraco negro construído em lógicas tão somente suas e de mais ninguém, procurando aliados. Os insucessos recheados de muitas cédulas vão seguindo para dentro de contas bancárias, cheias do papel e vazias de propósitos. As ativações de mente vão sendo colocadas em gavetas com fundos falsos, garantindo palco à ilusão de ajudar a coletividade. Afinal, quem está enganando quem? O algoz ou a vítima? Mas que vítima? Tudo acabou se misturando na mesma panela de intenções que de boas somente tinha a tampa. Agora é renascer das cinzas e seguir para remar em novos mares porque o já conhecido não há mais água e o barco naufragou. A zona de conforto somente é sentido diante de grandes choques de realidades para ressuscitar o morto da própria morte já vivida. O zumbi vai guiando a vida em desculpas e justificativas pífias que servem de gargalhadas para os abutres parceiros de jornada. O Concílio se reúne para tentar o despertar imediato da criatura inebriada em transtornos mentais, ditos espirituais, mas mergulhado em egos tão doentios que somente a liderança por mais palco é almejada. Mas qual palco agora pretendido? Não estamos em uma floresta, nem a criatura se transformou em macaco para ficar pulando de ganho em galho procurando mais nada para comer. O nada é comido em todos os turnos das refeições e as palavras vindas da luz já não conseguem ser ouvidas nem escutadas porque os sentidos já estão entregues a propósitos distintos daqueles inicialmente pretendidos. O acaso pode fazer algum papel nessa história que parece até não ter fim, visto que o ponto final de tudo é o início de longa jornada. A banda está passando com os saberes e aprendizados, mas... O achar-se essencial diante de toda a harmonia prejudicou o médium tão certo de si que foi esquecido e deixado para trás. As lideranças merecem ser guiadas por fortes e não por criatura que está jogando para o alto e deixando que os deuses sirvam o banquete da prosperidade. E a espiritualidade? Foi bengala para ajudar a andar por um tempo, guardada em local seguro para quem sabe algum dia desses possa ainda ser útil para lavar novamente a alma. E a coletividade? Essa pode ficar em uma gaveta administrada pelos fortes, porque esse assunto não vale mais para os fracos que escurecem as vistas com cédulas gananciosas somente. O equilíbrio é devido em todos os campos da experiência terrena, em todos. O pêndulo pode ser gerenciado, mas a inteligência universal seguirá por direções a serem mostradas aos que ainda tiverem olhos para acreditar no que antes era óbvio. De qualquer maneira, a sorte pode ser retirada para servir de amuleto e ser distribuída com os próximos, mesmo que mortos. As armadilhas vão sendo construídas pela mente fraca de pessoa fraca e que nunca teve a bravura de um guerreiro. Afinal, em quem confiar o continuar da execução dos trabalhos? O olho que tudo enxerga procura dignos obreiros para o bem, sem perfeições, mas que sigam um caminho retilíneo sem mais saudades do passado ou envaidecido pelo atalho do presente. Nada pode ser tão lastimável do que seguir com duas pernas, mas sentindo apenas o instinto, ou seja, a criatura agiu como um animal doentio escondendo-se de si até que a caixa de Pandora fosse aberta e decidisse o que ainda vai querer desta vida. O pé sempre apoiado atrás garantiu o retorno para o zero disfarçado de avanços, mas o pleiteado e vivido está por perto para lembrar do óbvio em noites solitárias. Seguir com as duas pernas, pisando sempre com os dois pés, merecendo o melhor, abraçando as oportunidades sem pestanejar, acreditar na fé racionalizada, ser devoto da chama que irradia devoção de dentro do peito... São mínimas coisas a serem observadas pelo guardião da ordem e disciplina. Sairá quando da cadeira de aluno vitimado pela vida? Não há mais ninguém que acredite em disfarces ao meio, agora é hora da verdade. O desleixo por palavras e significados crescentes vão sendo as águas que lavam o corpo, mas não atingem a alma. As escolhas devem ser sempre firmadas em responsabilidades assumidas e o hospital deve estar de prontidão para fazer suturas de almas envaidecidas e transviadas. Todavia, a banda já passou e não há mais como voltar para a mesma estação do permanecido. Reze e volte aos estudos para nos encontrar nos trabalhos etéreos. Use da meditação para limpar a mente e das mesmas forças confiadas para limpar o coração. Na vida de dualidade não há espaço para dúvidas nem medos, ou segue o sinal da corneta tocada em tempo curto ou o vácuo mental se apodera do todo e passa a seguir em caminho outro sinalizado pela bifurcação natural de renovações de ciclos. Exercitar o divino aterramento imediatamente, se ainda quiser saber onde você mesmo reside dentro da loucura criada por crenças confusas e vazias. Não ao abismo mental, sim à lucidez do agora.
Pai Damião.

Canalizada por Thyago Avelino em 24/04/2016

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