A alvorada dos sonhos pode
até parecer algo intangível, mas na realidade o óbvio está diante dos olhos dos
que não conseguem enxergar diante de tamanha ganância pela totalidade do espaço
garantido a todos. O todo guardado para banquetes seletos e não distribuídos
não serve para a coletividade diante da abusividade do querer tudo e o todo a
qualquer preço sem olhar diante dos seus e servir no que é realmente essencial.
A essência divina é tudo e ao mesmo tempo pode parecer do nada, caso a criatura
investida em seus propósitos existenciais não saiba garantir seu espaço sem as
devidas cautelas da mente. E se a mente falha diante do espelho obscuro da
vaidade e inebriado por manchas tão projetadas que nem mesmo os raios mais
quentes solares podem diminuir os efeitos nefastos no mal. Ao mesmo tempo em
que o bem chega de maneira sutil, o mal se apropria da mesma mente com os
mesmos nomes para garantir o êxito dos projetos sem coordenadores para tal fim.
E nessa empreitada tudo vai sendo substituído diante da certeza de que os
caminhos irão se abrindo com a ganância de ser o todo, quando na realidade o
nada permanece na mente obsoleta do óbvio. Portas e portas são batidas, abertas
e seguidas... No mesmo instante em que o nada aumenta de tamanho dentro do
peito já chegado vazio diante das possibilidades de vida. O sexo vai entrando
na mente como serpente sedenta por líquidos voláteis e perenes, mas o depois
nunca chega para preencher as lacunas da mente doentia. Muitos saem à procura
da soberba para saciar a sede por poderes paranormais e o grande circo começa a
seguir, garantindo público compatível com a falta de crença e responsabilidade
do protagonista. Os caminhos vão se apagando e umedecendo com as lágrimas
volúveis que saem dos poros do réptil transformado pela agilidade do viver no
ganhar qualquer coisa por qualquer preço. O nada vai ainda mais seguindo ao
lado do abutre que agora se apodera de sua mente para guiar no buraco negro
construído em lógicas tão somente suas e de mais ninguém, procurando aliados.
Os insucessos recheados de muitas cédulas vão seguindo para dentro de contas
bancárias, cheias do papel e vazias de propósitos. As ativações de mente vão
sendo colocadas em gavetas com fundos falsos, garantindo palco à ilusão de
ajudar a coletividade. Afinal, quem está enganando quem? O algoz ou a vítima?
Mas que vítima? Tudo acabou se misturando na mesma panela de intenções que de
boas somente tinha a tampa. Agora é renascer das cinzas e seguir para remar em
novos mares porque o já conhecido não há mais água e o barco naufragou. A zona
de conforto somente é sentido diante de grandes choques de realidades para ressuscitar
o morto da própria morte já vivida. O zumbi vai guiando a vida em desculpas e
justificativas pífias que servem de gargalhadas para os abutres parceiros de
jornada. O Concílio se reúne para tentar o despertar imediato da criatura
inebriada em transtornos mentais, ditos espirituais, mas mergulhado em egos tão
doentios que somente a liderança por mais palco é almejada. Mas qual palco
agora pretendido? Não estamos em uma floresta, nem a criatura se transformou em
macaco para ficar pulando de ganho em galho procurando mais nada para comer. O
nada é comido em todos os turnos das refeições e as palavras vindas da luz já
não conseguem ser ouvidas nem escutadas porque os sentidos já estão entregues a
propósitos distintos daqueles inicialmente pretendidos. O acaso pode fazer
algum papel nessa história que parece até não ter fim, visto que o ponto final
de tudo é o início de longa jornada. A banda está passando com os saberes e
aprendizados, mas... O achar-se essencial diante de toda a harmonia prejudicou
o médium tão certo de si que foi esquecido e deixado para trás. As lideranças
merecem ser guiadas por fortes e não por criatura que está jogando para o alto
e deixando que os deuses sirvam o banquete da prosperidade. E a
espiritualidade? Foi bengala para ajudar a andar por um tempo, guardada em
local seguro para quem sabe algum dia desses possa ainda ser útil para lavar
novamente a alma. E a coletividade? Essa pode ficar em uma gaveta administrada
pelos fortes, porque esse assunto não vale mais para os fracos que escurecem as
vistas com cédulas gananciosas somente. O equilíbrio é devido em todos os
campos da experiência terrena, em todos. O pêndulo pode ser gerenciado, mas a
inteligência universal seguirá por direções a serem mostradas aos que ainda
tiverem olhos para acreditar no que antes era óbvio. De qualquer maneira, a
sorte pode ser retirada para servir de amuleto e ser distribuída com os
próximos, mesmo que mortos. As armadilhas vão sendo construídas pela mente
fraca de pessoa fraca e que nunca teve a bravura de um guerreiro. Afinal, em
quem confiar o continuar da execução dos trabalhos? O olho que tudo enxerga
procura dignos obreiros para o bem, sem perfeições, mas que sigam um caminho
retilíneo sem mais saudades do passado ou envaidecido pelo atalho do presente.
Nada pode ser tão lastimável do que seguir com duas pernas, mas sentindo apenas
o instinto, ou seja, a criatura agiu como um animal doentio escondendo-se de si
até que a caixa de Pandora fosse aberta e decidisse o que ainda vai querer
desta vida. O pé sempre apoiado atrás garantiu o retorno para o zero disfarçado
de avanços, mas o pleiteado e vivido está por perto para lembrar do óbvio em
noites solitárias. Seguir com as duas pernas, pisando sempre com os dois pés,
merecendo o melhor, abraçando as oportunidades sem pestanejar, acreditar na fé
racionalizada, ser devoto da chama que irradia devoção de dentro do peito...
São mínimas coisas a serem observadas pelo guardião da ordem e disciplina.
Sairá quando da cadeira de aluno vitimado pela vida? Não há mais ninguém que
acredite em disfarces ao meio, agora é hora da verdade. O desleixo por palavras
e significados crescentes vão sendo as águas que lavam o corpo, mas não atingem
a alma. As escolhas devem ser sempre firmadas em responsabilidades assumidas e
o hospital deve estar de prontidão para fazer suturas de almas envaidecidas e
transviadas. Todavia, a banda já passou e não há mais como voltar para a mesma
estação do permanecido. Reze e volte aos estudos para nos encontrar nos
trabalhos etéreos. Use da meditação para limpar a mente e das mesmas forças
confiadas para limpar o coração. Na vida de dualidade não há espaço para
dúvidas nem medos, ou segue o sinal da corneta tocada em tempo curto ou o vácuo
mental se apodera do todo e passa a seguir em caminho outro sinalizado pela
bifurcação natural de renovações de ciclos. Exercitar o divino aterramento
imediatamente, se ainda quiser saber onde você mesmo reside dentro da loucura
criada por crenças confusas e vazias. Não ao abismo mental, sim à lucidez do
agora.
Pai Damião.
Canalizada por Thyago Avelino em 24/04/2016
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