terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Reforma Íntima sem Martírio

Reforma íntima deve ser considerada como melhoria de nós mesmos e não a anulação de uma parte de nós considerada ruim.
Uma proposta de aperfeiçoamento gradativo cujo objetivo maior é a nossa felicidade.
Quem está na reforma interior tem um referencial fundamental para se auto-analisar ao longo da caminhada educativa, um termômetro das almas que se aprimoram: inevitavelmente, quem se renova alcança a maior conquista das pessoas livres e felizes:  O prazer de viver.
Convenhamos que há muitos companheiros queridos do nosso ideário  satisfeitos com o fato de apenas evitarem o mal, entretanto, estejamos alerta para a única referência ética que servirá a cada um de nós no reino  da alma liberta da vida física: Fazer todo o bem que  pudermos no alcance de nossas forças.
Para isso, somente trabalhando por uma intensa metamorfose  nos reinos do coração de onde procedem todos os males.
Nossas imperfeições são balizas demarcatórias do que devemos  evitar, um aprendizado que pode ser aproveitado para avançarmos.
A postura de “ser contra”o passado é um processo de negação do que fomos,  do qual a astúcia do orgulho aproveita para encobrir  com ilusões acerca de nossa personalidade.
O ensino do Evangelho “reconcilia-te depressa com teu adversário enquanto estás a caminho com ele” é um roteiro claro.
Essa conciliação depende da nossa disposição de encarar a realidade sobre nós próprios, olhar para o desconhecido mundo interior, vencer as “camadas de orgulho do ego”, superar as defesas que criamos para esconder as “sombras”e partir para uma decidida e gradativa investigação sobre o mundo das reações pessoais ,através da auto-análise, sem medo do que encontraremos.
Reformar é formar novamente, dar nova forma.
Reforma íntima nada mais é que dar nova direção aos valores que já possuímos e corrigir deficiências cujas raízes ignoramos ou não temos motivação para mudar.
É dar nova direção a qualidades que foram desenvolvidas na horizontalidade evolutiva,que conduziram o homem às conquistas do mundo transitório.
Agora, sob a tutela da visão imortalista, compete-nos dirigir os valores amealhados na verticalidade para Deus, orientando as forças morais para as vitórias eternas nos rumos da elevação espiritual pelo sentimento.
O passado está arquivado como experiência intransferível e eterna; não há como matar o passado, porém, podemos vitalizá-lo com novos e mais ricos potenciais do espírito na busca do encontro como  o ser divino, cravado na intimidade profunda de nós próprios.
Não há como extinguir o que aconteceu, todavia, podemos travar  uma relação sadia e construtora de paz com o pretérito...
Não são poucos os companheiros que demonstram silencioso desespero quando percebem que o esforço pessoal de melhoria parece insuficiente ou sem resultados.
Para a maioria de nós, contrariedade significa que algo ou algum acontecimento não saiu como esperávamos, por isso algumas criaturas costumam dizer: nada na minha vida deu certo!
É tudo uma questão de interpretação.
Quase sempre essa expressão “não deu certo” quer dizer que não saiu conforme nosso egoísmo.
O desapontamento, portanto é altamente educativo quando a alma, ao invés de optar pela tristeza e revolta,  prefere enxergar o futuro diverso daquele que planejou e, no qual a grande meta da felicidade pode e deve estar incluída.
Procure retornar ao ambiente sensório lentamente trazendo essa sensação de felicidade consigo mesmo, de auto-amor.
Repita sempre a vivência 
O êxito dependerá da disciplina na assiduidade e no cultivo do desejo de melhorar sua vida integral.
Seja feliz sempre.
Todos temos um incomparável valor perante a vida,
compete-nos descobri-lo e viver plenamente.


Wanderley S. de Oliveira/ Ermance Dufaux

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