quinta-feira, 24 de julho de 2014

Magia Branca e Negra - Breve história da Magia no planeta Terra


Parte 1 - Visão Geral

Como regra, toda iniciação foi realizada para o bem, para o uso dos elementos da vida oculta com intuito de auxiliar a humanidade. Em geral, a pessoa era admitida nos colégios iniciáticos desde cedo, a partir dos 7 anos de idade.

Num processo lento e gradual, à medida que oferecia condições e a maturidade despertava, o aprendiz recebia ensinamentos compatíveis com seu momento evolutivo e sua capacidade. Até que, ao completar 42 ou 49 anos, faixa etária observada na maioria das ordens iniciáticas, era recebido como mago maior ou alçado à categoria de grão-mestre daquele templo de sábios. A partir de então, o mago branco estava apto a conduzir outros aprendizes, formando novos colégios iniciáticos.

O período longo de aprendizado era favorável ao desenvolvimento da disciplina mental e do poder de manipular certos fluidos, segundo as leis do mundo oculto. Era um modelo lento, porém eficaz, e aqueles que a ele se submetiam eram reconhecidos tanto nas comunidades às quais se vinculavam quanto nos planos adjacentes à Crosta, como representante de poderes superiores.


Contudo, nem todos se sujeitavam ao processo sem interesses particulares e, por vezes, escusos. Algumas pessoas, desenvolvendo a sede pelo poder e pelo domínio mental sobre os demais membros de suas ordens, acabaram desvirtuando-se e desviando-se dos sagrados objetivos para os quais lhes foram concedidos os poderes iniciáticos, conforme se dizia na época.

Nasciam, então, os magos negros. Revoltados e gananciosos, desejavam a todo custo subjugar os grupos a que pertenciam, deixando-se transtornar com a inveja que sentiam de seus superiores e fomentando, assim, o espírito de insurreição e tirania.

— No momento de sua iniciação, no passado, os magos escolhiam ou eram levados aos diversos templos iniciáticos de acordo com o mandato espiritual que possuíam. Todavia, apenas os grão-mestres ou sumos sacerdotes desses templos tinham acesso aos arquivos espirituais de seus tutelados. Desse modo, ao longo dos anos e milênios, nasceram diversos centros de formação espiritual, cada qual especializado segundo o compromisso e a afinidade daquela região ou daquele agrupamento.

Aqueles magos negros do plano extrafísico cuja iniciação e formação oculta sucederam em regiões da Mesopotâmia, da Caldéia e da Pérsia utilizam-se hoje de seus pupilos, encarnados no Oriente Médio, como suas marionetes.

Têm um verdadeiro exército à disposição entre os indivíduos pertencentes aos grupos radicais e adeptos de regimes extremistas que lá vigoram. Estes, ao desencarnar, muitas vezes são convertidos definitivamente em sentinelas e agentes daqueles magos, já que a iniciação com as mesmas raízes culturais lhes confere soberania sobre tais consciências. Além disso, como cederam à pujança e à fascinação pelo poder ainda encarnados, é com pouco esforço que os magos os manipulam após a morte do corpo.

— Hábeis na manipulação das energias do duplo etérico e no uso de elementais naturais para suas investidas no mal, os magos se dedicam a treiná-los para aplicação nos processos de obsessão complexa.

Estabelecem contratos com outras organizações interessadas em seus serviços sofisticados e altamente especializados e, em troca, exigem pesados tributos das associações umbralinas que se submetem ao seu poderio, muitas das quais subestimam as consequências de barganhar com os magos.

— Aqueles que disciplinaram seu pensamento e adquiriram seus conhecimentos na época do Egito, nos templos de Karnac, Heliópolis e outros centros de referência, além, é claro, daqueles advindos da Atlântida, distinguem-se pela atuação no âmbito da mente.

O uso, a manipulação e a exploração da faculdade de pensar e do corpo mental, com todas as consequências advindas desse saber, constituem sua especialização.

Desencarnados, sintonizam-se com as hostes das sombras, visando à ascendência sobre cientistas, psicólogos, médicos e psiquiatras, também afinados com seus propósitos. Esses profissionais podem se transformar em instrumentos da ação perversa dos magos, sem que o suspeitem, pois a influência desses espíritos desajustados é discreta, imperceptível ao olhar desatento, ao menos até se instaurar mais definitivamente.

Empregam força mental, hipnose e magnetismo, promovendo inclusive o sequestro do duplo etérico de encarnados para experimentos, nos laboratórios que administram em aliança funesta com os cientistas do mal.

Nesse conluio, engendram elementais artificiais para contaminação mental, com o objetivo de direcionamento do corpo mental dos encarnados e domínio psicológico sobre as massas.

Do aprimoramento desse processo surgem os chamados clones de encarnados, e mesmo de outros espíritos, pois conseguem implantar nos elementais uma memória fictícia, um dado conteúdo mental com vida temporária, que os anima; portanto, igualmente artificial.

— Conhecemos muitos agrupamentos espiritualistas ou espíritas, tanto quanto médiuns sujeitos a longos anos de fascinação, conforme classificou Kardec, que julgam ser devidamente acompanhados por seus mentores.

Em inúmeros casos, o que denominam de orientadores espirituais nada mais são do que clones, estruturados de tal forma a permitir a manipulação à distância. As criaturas artificiais obedecem ao regime imposto pelas trevas, mas são percebidos próximos de seus médiuns como mentores elevados, que vêm em missão junto a seus pupilos.

Instauram-se assim obsessões graves e de difícil resolução, perpetradas por magos negros interessados na condução de sensitivos e de grupos. Com a vantagem de que estão ausentes, reclusos às suas bases sombrias, onde se dedicam com relativa liberdade aos vários projetos de sua cobiça e, ao mesmo tempo,
previnem-se quanto a possíveis surpresas, que os poderiam flagrar.

Não raro, os alvos da operação em curso trazem as mentes e os pensamentos desorganizados com teorias estranhas e exóticas, que extrapolam os limites do bom senso. Convém observar que as
pessoas envolvidas em fascinação e, portanto, também nesse tipo particular de obsessão complexa, costumam apresentar tal característica.

Como a maioria dos espiritualistas ainda nem admite a ação da magia negra, especialmente do modo como a empreendem os magos, tornam-se presas fáceis desses déspotas do umbral.

Os encarnados obsidiados pelos magos das sombras com especialização mental passam a ser objeto de uma lavagem extracerebral, que substitui por outros, sedimentados passo a passo, os padrões mentais naturais e conquistados pelo espírito no decorrer de sua história. Em geral, têm predileção por médiuns e representantes religiosos


Parte 2 - Atlântida e Lemúria – O Início


A Atlântida e a Lemúria, continentes cuja história ainda não é oficialmente reconhecida pelos intelectuais da Terra, mas estudada através dos registros mantidos no mundo espiritual, constituem o berço dos magos.

Esse território perdido recebeu os exilados de outros orbes, espíritos detentores de grande bagagem científica e notável domínio mental sobre as forças da natureza, os quais, em seu apogeu, portavam-se de acordo com determinado sistema ético e moral.

Ambos os fatores lhes asseguravam a possibilidade de fazer incursões no mundo oculto com invejável liberdade, manejando com destreza inúmeras leis da natureza e os fenômenos condicionados a elas.

Ainda hoje, mesmo com todo o conhecimento espiritual que a humanidade conquistou, não encontramos ninguém entre os encarnados que possa fazer frente ao que os magos brancos conseguiam realizar naqueles tempos.

Não havia passado muito tempo desde a ocasião do degredo, evento que os trouxera para a Terra, o que lhes favorecia o acesso aos arquivos de sua memória espiritual. Somado a isso, a atmosfera psíquica do planeta, ainda jovem, contava com poucos focos de contaminação astral, o que proporcionava aos magos mais facilidades para exercer uma ação puramente mental sobre os fluidos e demais elementos da vida oculta.

Por causa dessas condições, nesse período a magia era totalmente mental, sem que se fizesse necessário o uso de rituais, tampouco de objetos de condensação energética, embora gradativamente eles tenham sido incorporados à sua prática.

Foi o caminho encontrado para suprir as carências dos novos iniciados ante o aumento considerável da carga mental tóxica, que os homens criaram com o transcorrer do tempo.

Entre os magos, houve os que se distanciaram dos objetivos traçados pelo Conselho dos Bons — como era chamado o colegiado diretor dos ensinos iniciáticos — e se colocaram em desarmonia com os elevados propósitos da vida; por esse motivo, autodenominaram-se magos negros, em contraposição aos adeptos da magia branca ou superior.

As atividades dos lemurianos e atlantes se concentravam sobre os fluidos naturais do planeta Terra, que, muito embora fossem primitivos, primários ou pouco elaborados, em virtude disso mesmo respondiam mais facilmente à ação do seu poder mental disciplinado.

Naqueles tempos, o ambiente astralino e psíquico do globo terrestre ainda era de manipulação razoavelmente simples. Inexistia a contaminação fluídica, produto do pensamento desordenado, ou pelo menos ela se apresentava num nível infinitamente mais brando do que se vê na atualidade, a tal ponto de pôr em risco o equilíbrio da ecologia sutil.

Era diminuta a população de encarnados, disposta em grupos esparsos pelo orbe, e não havia a fuligem mental de desencarnados, cujo contingente era bem menor e, acima de tudo, composto por almas predominantemente instintivas, ignorantes e ingênuas.

Sendo assim, é nesse ambiente ‘Virgem', que resguardava relativa simplicidade psíquica, que os magos negros encontraram o campo vibratório que favoreceu seu desenvolvimento e o consequente planejamento de suas operações e organizações. Ignoravam, contudo, que eram manipulados por outros seres, ainda mais perigosos do que eles: os chefes de legião dos dragões.

Os magos queriam acreditar que eram os senhores absolutos das próprias ações, rejeitando qualquer apelo por parte de seus antigos mentores e mestres. Mesmo hoje, a maioria dos magos, senão todos, não concebem que são dirigidos por espíritos ainda mais antigos e experientes na arte da sedução mental, como os dragões do mal.

Contestam com veemência essa realidade e presumem ser soberanos no império astral, que dá mostras de franca decadência, diante dos progressos inevitáveis pelos quais o mundo passa, no âmbito do conhecimento e da espiritualidade.

Também temos de considerar outro fato relevante: O saber trazido da pátria sideral, de onde aqueles espíritos emigraram, ainda aflorava com vigor de suas mentes, embora os cérebros físicos terrenos, primitivos que eram em relação a sua capacidade, estivessem muito aquém da possibilidade de expressá-la.

Porém, eram dotados de tal grau de disciplina mental que venceram sem grandes esforços os obstáculos. Seu êxito era tanto que conseguiam trabalhar não somente com elementos da vida oculta, mas também do mundo físico.

A proximidade dos tempos do exílio planetário, pois que haviam chegado recentemente à Terra, fazia com que os magos atlantes e lemurianos recordassem com razoável nitidez um sem-número de leis e métodos sobre como empregar a energia de seu pensamento para manipular tudo ao seu redor. 


Parte 3 - A Era Simbólica – Pré-Babilônica


Como era de se esperar, essa lembrança foi progressivamente nublada, devido às sucessivas reencarnações e à necessidade de envolvimento na vida social mundana.

Além disso, podemos deduzir que, aumentando, ao longo do tempo, a quantidade de seres encarnados, cresce em igual proporção o volume de matéria mental exalada por inteligências habitantes das duas dimensões da vida.

Com os espíritos imigrantes já adaptados ao ambiente do planeta Terra, dá-se maior número de reencarnações, e assim a egrégora ou atmosfera psíquica do planeta vai-se tornando cada vez mais densa e pesada, o que é acarretado pela ação dos pensamentos desgovernados, revoltados ou viciosos. Desse modo, os fluidos terrenos passam a responder com maior dificuldade à ação exclusivamente mental de seus habitantes.

Em resumo, são dois aspectos centrais. De um lado, a perda progressiva da memória espiritual dos degredados, bem como do acesso ao conhecimento superior, o que restringe a eficácia dos magos. De outro, o adensamento das vibrações e do próprio panorama astral, provocado pelo aumento do contingente populacional de baixa condição moral, o qual plasma, em derredor, realidade condizente com seu atraso evolutivo.

Perdendo o conhecimento superior devido ao fato de ficarem naturalmente absorvidos nas questões de sobrevivência, os poucos iniciados retiraram-se para os templos antigos, isolando-se em colégios fechados.

Esse movimento se deu nos planos corpóreo e extracorpóreo; neste último, a conspiração de seres do astral formou diversas confrarias, cada qual sob o comando de algum mago que se mostrasse mais apto à condução dos demais.

A partir de então, em ambas as dimensões, tanto os magos brancos quanto aqueles que se identificavam com os elementos de discórdia, no plano astral, viram-se compelidos a associar o poder do pensamento às simbologias. Tal ferramenta foi a solução encontrada para que os novos iniciados compreendessem e empregassem os conceitos da magia. Na fase que se seguiu, o conhecimento foi-se tornando ainda mais escasso, mesclando-se às simbologias elaboradas com o nítido objetivo de fornecer muletas psíquicas aos iniciados.


Parte 4 - A Era Fetichista – Babilônios e Caldeus


Segundo os registros do mundo espiritual, os colégios iniciáticos da Babilônia, dos caldeus e de outros povos contemporâneos a eles, corresponde a um período ainda posterior à fase simbólica, à qual nos referimos há instantes. No ápice destas sociedades, os sacerdotes utilizavam elementos materiais e rituais não apenas como símbolos, mas também como condensadores de vibrações.

Tais artefatos serviam então para substituir ou suplantar o poder mental perdido e aglutiná-lo, com o auxílio externo, de forma a atender aos fins propostos. Já que não conseguiam usar a força mental pura, ante a complexidade dos pensamentos e formas-pensamento que se multiplicavam no plano astral, elaboravam condensadores de energia mental, tais como amuletos, altares e outros objetos magísticos, sempre com uma única finalidade: acumular a força mental.

Os magos da Babilônia e da Caldéia, os sábios da Pérsia, as pitonisas da Grécia — sem exceção, todos empregavam os elementos simbólicos e concretos não como artifícios exóticos e, em essência, dispensáveis, mas como instrumentos para proceder à condensação de energia, que mais tarde poderia ser aplicada conforme desejassem.

Vejam, por exemplo, o caso da arca da aliança dos israelitas, que funcionava como importante acumulador de energias, copiada por Moisés do modelo encontrado por ele nos templos egípcios, em sua peregrinação como iniciado em Heliópolis e Karnac.

Essa é a fase fetichista da história, em que os apetrechos materiais, de meros símbolos, convertem-se em elementos centrais, adquirindo status fundamental no exercício da magia, sobrepujando-se até sobre o ensino de natureza propriamente espiritual.

É a expressão material do culto ganhando destaque, em detrimento do essencial: a sabedoria imponderável, que sempre norteou, em solo terreno, todos os fundadores de escolas que professam algum princípio superior. Alguém identifica qualquer semelhança com a história do cristianismo e todas as grandes revelações que a humanidade conheceu?

Parte 5 - Magia Negra e Feitiçaria – Idade Média

A compreensão do ser humano e da realidade que cria em torno de si é rica e elaborada, inclusive no que se refere às questões mais simples do seu cotidiano. Imagine quando levamos em conta seus dilemas e os conceitos esdrúxulos que advém de experiências dramáticas, vivenciadas nos dois planos de existência.

Sendo assim, no que concerne à fase fetichista e ao que falamos sobre esse estágio de aprendizado, é possível notar que os espíritos consorciados aos magos negros, já naquela época bastante distantes do conhecimento iniciático, efetivamente introduziram sacrifícios humanos e de animais em suas práticas.

Visavam não apenas à condensação da força mental, mas também formavam campos magnéticos de baixíssima frequência, desprezando por completo o ensino espiritual, davam início à magia negra mais primitiva e vulgar, que descambaria de vez, mais tarde, na chamada feitiçaria. Nesse conluio com as entidades das trevas, homens e espíritos desavisados se transformaram em instrumentos das forças do abismo.

É um período que, cronologicamente, encontra seu ápice na Idade Média; felizmente, logo depois, é suplantado por idéias mais humanas e sadias, muito embora os efeitos de conchavos do gênero ainda perdurem nos dias atuais, em processos obsessivos gravíssimos.

A partir de determinado momento da historia, na modernidade, renasce no interior dos templos, lojas e colegiados a sabedoria das leis da magia clássica e da alta magia. Inspirados pelo Alto, Eliphas Levi, Papus e outros nomes dessa importante escola representam o advento de novos conhecimentos para os estudiosos no plano físico.

A magia então retorna a um estágio de transição, menos degradado, situado entre as fases simbolista e fetichista. Perde, pelos menos entre os humanos encarnados, o selo de negrume que por tanto tempo marcou o estudo das leis do ocultismo.

Fim

Retirado do Livro "Legião - Um olhar sobre o reino das sombras" - Ângelo Inácio por Robson Pinheiro







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