Parte 1 -
Visão Geral
Como regra, toda iniciação foi realizada para o bem, para o uso dos
elementos da vida oculta com intuito de auxiliar a humanidade. Em geral, a
pessoa era admitida nos colégios iniciáticos desde cedo, a partir dos 7 anos de
idade.
Num processo lento e gradual, à medida que oferecia condições e a
maturidade despertava, o aprendiz recebia ensinamentos compatíveis com seu
momento evolutivo e sua capacidade. Até que, ao completar 42 ou 49 anos, faixa
etária observada na maioria das ordens iniciáticas, era recebido como mago
maior ou alçado à categoria de grão-mestre daquele templo de sábios. A partir
de então, o mago branco estava apto a conduzir outros aprendizes, formando
novos colégios iniciáticos.
O período longo de aprendizado era favorável ao desenvolvimento da
disciplina mental e do poder de manipular certos fluidos, segundo as leis do
mundo oculto. Era um modelo lento, porém eficaz, e aqueles que a ele se
submetiam eram reconhecidos tanto nas comunidades às quais se vinculavam quanto
nos planos adjacentes à Crosta, como representante de poderes superiores.
Contudo, nem todos se sujeitavam ao processo sem interesses
particulares e, por vezes, escusos. Algumas pessoas, desenvolvendo a sede pelo
poder e pelo domínio mental sobre os demais membros de suas ordens, acabaram
desvirtuando-se e desviando-se dos sagrados objetivos para os quais lhes foram
concedidos os poderes iniciáticos, conforme se dizia na época.
Nasciam, então, os magos negros. Revoltados e gananciosos, desejavam a
todo custo subjugar os grupos a que pertenciam, deixando-se transtornar com a
inveja que sentiam de seus superiores e fomentando, assim, o espírito de
insurreição e tirania.
— No momento de sua iniciação, no passado, os magos escolhiam ou eram
levados aos diversos templos iniciáticos de acordo com o mandato espiritual que
possuíam. Todavia, apenas os grão-mestres ou sumos sacerdotes desses templos
tinham acesso aos arquivos espirituais de seus tutelados. Desse modo, ao longo
dos anos e milênios, nasceram diversos centros de formação espiritual, cada
qual especializado segundo o compromisso e a afinidade daquela região ou
daquele agrupamento.
Aqueles magos negros do plano extrafísico cuja iniciação e formação
oculta sucederam em regiões da Mesopotâmia, da Caldéia e da Pérsia utilizam-se
hoje de seus pupilos, encarnados no Oriente Médio, como suas marionetes.
Têm um verdadeiro exército à disposição entre os indivíduos
pertencentes aos grupos radicais e adeptos de regimes extremistas que lá
vigoram. Estes, ao desencarnar, muitas vezes são convertidos definitivamente em
sentinelas e agentes daqueles magos, já que a iniciação com as mesmas raízes culturais
lhes confere soberania sobre tais consciências. Além disso, como cederam à
pujança e à fascinação pelo poder ainda encarnados, é com pouco esforço que os
magos os manipulam após a morte do corpo.
— Hábeis na manipulação das energias do duplo etérico e no uso de
elementais naturais para suas investidas no mal, os magos se dedicam a
treiná-los para aplicação nos processos de obsessão complexa.
Estabelecem contratos com outras organizações interessadas em seus
serviços sofisticados e altamente especializados e, em troca, exigem pesados
tributos das associações umbralinas que se submetem ao seu poderio, muitas das
quais subestimam as consequências de barganhar com os magos.
— Aqueles que disciplinaram seu pensamento e adquiriram seus
conhecimentos na época do Egito, nos templos de Karnac, Heliópolis e outros
centros de referência, além, é claro, daqueles advindos da Atlântida,
distinguem-se pela atuação no âmbito da mente.
O uso, a manipulação e a exploração da faculdade de pensar e do corpo
mental, com todas as consequências advindas desse saber, constituem sua
especialização.
Desencarnados, sintonizam-se com as hostes das sombras, visando à
ascendência sobre cientistas, psicólogos, médicos e psiquiatras, também
afinados com seus propósitos. Esses profissionais podem se transformar em
instrumentos da ação perversa dos magos, sem que o suspeitem, pois a influência
desses espíritos desajustados é discreta, imperceptível ao olhar desatento, ao
menos até se instaurar mais definitivamente.
Empregam força mental, hipnose e magnetismo, promovendo inclusive o sequestro
do duplo etérico de encarnados para experimentos, nos laboratórios que
administram em aliança funesta com os cientistas do mal.
Nesse conluio, engendram elementais artificiais para contaminação
mental, com o objetivo de direcionamento do corpo mental dos encarnados e
domínio psicológico sobre as massas.
Do aprimoramento desse processo surgem os chamados clones de
encarnados, e mesmo de outros espíritos, pois conseguem implantar nos elementais
uma memória fictícia, um dado conteúdo mental com vida temporária, que os
anima; portanto, igualmente artificial.
— Conhecemos muitos agrupamentos espiritualistas ou espíritas, tanto
quanto médiuns sujeitos a longos anos de fascinação, conforme classificou
Kardec, que julgam ser devidamente acompanhados por seus mentores.
Em inúmeros casos, o que denominam de orientadores espirituais nada
mais são do que clones, estruturados de tal forma a permitir a manipulação à
distância. As criaturas artificiais obedecem ao regime imposto pelas trevas,
mas são percebidos próximos de seus médiuns como mentores elevados, que vêm em
missão junto a seus pupilos.
Instauram-se assim obsessões graves e de difícil resolução, perpetradas
por magos negros interessados na condução de sensitivos e de grupos. Com a
vantagem de que estão ausentes, reclusos às suas bases sombrias, onde se
dedicam com relativa liberdade aos vários projetos de sua cobiça e, ao mesmo
tempo,
previnem-se quanto a possíveis surpresas, que os poderiam flagrar.
Não raro, os alvos da operação em curso trazem as mentes e os
pensamentos desorganizados com teorias estranhas e exóticas, que extrapolam os
limites do bom senso. Convém observar que as
pessoas envolvidas em fascinação e, portanto, também nesse tipo
particular de obsessão complexa, costumam apresentar tal característica.
Como a maioria dos espiritualistas ainda nem admite a ação da magia
negra, especialmente do modo como a empreendem os magos, tornam-se presas
fáceis desses déspotas do umbral.
Os encarnados obsidiados pelos magos das sombras com especialização
mental passam a ser objeto de uma lavagem extracerebral, que substitui por
outros, sedimentados passo a passo, os padrões mentais naturais e conquistados
pelo espírito no decorrer de sua história. Em geral, têm predileção por médiuns
e representantes religiosos
Parte 2 -
Atlântida e Lemúria – O Início
A Atlântida e a Lemúria, continentes cuja história ainda não é
oficialmente reconhecida pelos intelectuais da Terra, mas estudada através dos
registros mantidos no mundo espiritual, constituem o berço dos magos.
Esse território perdido recebeu os exilados de outros orbes, espíritos
detentores de grande bagagem científica e notável domínio mental sobre as
forças da natureza, os quais, em seu apogeu, portavam-se de acordo com
determinado sistema ético e moral.
Ambos os fatores lhes asseguravam a possibilidade de fazer incursões no
mundo oculto com invejável liberdade, manejando com destreza inúmeras leis da
natureza e os fenômenos condicionados a elas.
Ainda hoje, mesmo com todo o conhecimento espiritual que a humanidade
conquistou, não encontramos ninguém entre os encarnados que possa fazer frente
ao que os magos brancos conseguiam realizar naqueles tempos.
Não havia passado muito tempo desde a ocasião do degredo, evento que os
trouxera para a Terra, o que lhes favorecia o acesso aos arquivos de sua memória
espiritual. Somado a isso, a atmosfera psíquica do planeta, ainda jovem,
contava com poucos focos de contaminação astral, o que proporcionava aos magos
mais facilidades para exercer uma ação puramente mental sobre os fluidos e
demais elementos da vida oculta.
Por causa dessas condições, nesse período a magia era totalmente
mental, sem que se fizesse necessário o uso de rituais, tampouco de objetos de
condensação energética, embora gradativamente eles tenham sido incorporados à
sua prática.
Foi o caminho encontrado para suprir as carências dos novos iniciados
ante o aumento considerável da carga mental tóxica, que os homens criaram com o
transcorrer do tempo.
Entre os magos, houve os que se distanciaram dos objetivos traçados
pelo Conselho dos Bons — como era chamado o colegiado diretor dos ensinos
iniciáticos — e se colocaram em desarmonia com os elevados propósitos da vida;
por esse motivo, autodenominaram-se magos negros, em contraposição aos adeptos
da magia branca ou superior.
As atividades dos lemurianos e atlantes se concentravam sobre os
fluidos naturais do planeta Terra, que, muito embora fossem primitivos,
primários ou pouco elaborados, em virtude disso mesmo respondiam mais
facilmente à ação do seu poder mental disciplinado.
Naqueles tempos, o ambiente astralino e psíquico do globo terrestre
ainda era de manipulação razoavelmente simples. Inexistia a contaminação
fluídica, produto do pensamento desordenado, ou pelo menos ela se apresentava
num nível infinitamente mais brando do que se vê na atualidade, a tal ponto de
pôr em risco o equilíbrio da ecologia sutil.
Era diminuta a população de encarnados, disposta em grupos esparsos
pelo orbe, e não havia a fuligem mental de desencarnados, cujo contingente era
bem menor e, acima de tudo, composto por almas predominantemente instintivas,
ignorantes e ingênuas.
Sendo assim, é nesse ambiente ‘Virgem', que resguardava relativa
simplicidade psíquica, que os magos negros encontraram o campo vibratório que
favoreceu seu desenvolvimento e o consequente planejamento de suas operações e
organizações. Ignoravam, contudo, que eram manipulados por outros seres, ainda
mais perigosos do que eles: os chefes de legião dos dragões.
Os magos queriam acreditar que eram os senhores absolutos das próprias
ações, rejeitando qualquer apelo por parte de seus antigos mentores e mestres.
Mesmo hoje, a maioria dos magos, senão todos, não concebem que são dirigidos
por espíritos ainda mais antigos e experientes na arte da sedução mental, como
os dragões do mal.
Contestam com veemência essa realidade e presumem ser soberanos no
império astral, que dá mostras de franca decadência, diante dos progressos
inevitáveis pelos quais o mundo passa, no âmbito do conhecimento e da
espiritualidade.
Também temos de considerar outro fato relevante: O saber trazido da
pátria sideral, de onde aqueles espíritos emigraram, ainda aflorava com vigor
de suas mentes, embora os cérebros físicos terrenos, primitivos que eram em
relação a sua capacidade, estivessem muito aquém da possibilidade de
expressá-la.
Porém, eram dotados de tal grau de disciplina mental que venceram sem
grandes esforços os obstáculos. Seu êxito era tanto que conseguiam trabalhar
não somente com elementos da vida oculta, mas também do mundo físico.
A proximidade dos tempos do exílio planetário, pois que haviam chegado
recentemente à Terra, fazia com que os magos atlantes e lemurianos recordassem
com razoável nitidez um sem-número de leis e métodos sobre como empregar a
energia de seu pensamento para manipular tudo ao seu redor.
Parte 3
- A Era Simbólica – Pré-Babilônica
Como era de se esperar, essa lembrança foi progressivamente nublada,
devido às sucessivas reencarnações e à necessidade de envolvimento na vida
social mundana.
Além disso, podemos deduzir que, aumentando, ao longo do tempo, a
quantidade de seres encarnados, cresce em igual proporção o volume de matéria
mental exalada por inteligências habitantes das duas dimensões da vida.
Com os espíritos imigrantes já adaptados ao ambiente do planeta Terra,
dá-se maior número de reencarnações, e assim a egrégora ou atmosfera psíquica
do planeta vai-se tornando cada vez mais densa e pesada, o que é acarretado
pela ação dos pensamentos desgovernados, revoltados ou viciosos. Desse modo, os
fluidos terrenos passam a responder com maior dificuldade à ação exclusivamente
mental de seus habitantes.
Em resumo, são dois aspectos centrais. De um lado, a perda progressiva
da memória espiritual dos degredados, bem como do acesso ao conhecimento
superior, o que restringe a eficácia dos magos. De outro, o adensamento das
vibrações e do próprio panorama astral, provocado pelo aumento do contingente
populacional de baixa condição moral, o qual plasma, em derredor, realidade
condizente com seu atraso evolutivo.
Perdendo o conhecimento superior devido ao fato de ficarem naturalmente
absorvidos nas questões de sobrevivência, os poucos iniciados retiraram-se para
os templos antigos, isolando-se em colégios fechados.
Esse movimento se deu nos planos corpóreo e extracorpóreo; neste
último, a conspiração de seres do astral formou diversas confrarias, cada qual
sob o comando de algum mago que se mostrasse mais apto à condução dos demais.
A partir de então, em ambas as dimensões, tanto os magos brancos quanto
aqueles que se identificavam com os elementos de discórdia, no plano astral,
viram-se compelidos a associar o poder do pensamento às simbologias. Tal
ferramenta foi a solução encontrada para que os novos iniciados compreendessem
e empregassem os conceitos da magia. Na fase que se seguiu, o conhecimento
foi-se tornando ainda mais escasso, mesclando-se às simbologias elaboradas com
o nítido objetivo de fornecer muletas psíquicas aos iniciados.
Parte 4
- A Era Fetichista – Babilônios e Caldeus
Segundo os registros do mundo espiritual, os colégios iniciáticos da
Babilônia, dos caldeus e de outros povos contemporâneos a eles, corresponde a
um período ainda posterior à fase simbólica, à qual nos referimos há instantes.
No ápice destas sociedades, os sacerdotes utilizavam elementos materiais e
rituais não apenas como símbolos, mas também como condensadores de vibrações.
Tais artefatos serviam então para substituir ou suplantar o poder
mental perdido e aglutiná-lo, com o auxílio externo, de forma a atender aos
fins propostos. Já que não conseguiam usar a força mental pura, ante a
complexidade dos pensamentos e formas-pensamento que se multiplicavam no plano
astral, elaboravam condensadores de energia mental, tais como amuletos, altares
e outros objetos magísticos, sempre com uma única finalidade: acumular a força
mental.
Os magos da Babilônia e da Caldéia, os sábios da Pérsia, as pitonisas
da Grécia — sem exceção, todos empregavam os elementos simbólicos e concretos
não como artifícios exóticos e, em essência, dispensáveis, mas como
instrumentos para proceder à condensação de energia, que mais tarde poderia ser
aplicada conforme desejassem.
Vejam, por exemplo, o caso da arca da aliança dos israelitas, que funcionava
como importante acumulador de energias, copiada por Moisés do modelo encontrado
por ele nos templos egípcios, em sua peregrinação como iniciado em Heliópolis e
Karnac.
Essa é a fase fetichista da história, em que os apetrechos materiais,
de meros símbolos, convertem-se em elementos centrais, adquirindo status
fundamental no exercício da magia, sobrepujando-se até sobre o ensino de
natureza propriamente espiritual.
É a expressão material do culto ganhando destaque, em detrimento do
essencial: a sabedoria imponderável, que sempre norteou, em solo terreno, todos
os fundadores de escolas que professam algum princípio superior. Alguém
identifica qualquer semelhança com a história do cristianismo e todas as
grandes revelações que a humanidade conheceu?
Parte 5 -
Magia Negra e Feitiçaria – Idade Média
A compreensão do ser humano e da realidade que cria em torno de si é
rica e elaborada, inclusive no que se refere às questões mais simples do seu
cotidiano. Imagine quando levamos em conta seus dilemas e os conceitos
esdrúxulos que advém de experiências dramáticas, vivenciadas nos dois planos de
existência.
Sendo assim, no que concerne à fase fetichista e ao que falamos sobre esse
estágio de aprendizado, é possível notar que os espíritos consorciados aos
magos negros, já naquela época bastante distantes do conhecimento iniciático,
efetivamente introduziram sacrifícios humanos e de animais em suas práticas.
Visavam não apenas à condensação da força mental, mas também formavam
campos magnéticos de baixíssima frequência, desprezando por completo o ensino
espiritual, davam início à magia negra mais primitiva e vulgar, que descambaria
de vez, mais tarde, na chamada feitiçaria. Nesse conluio com as entidades das
trevas, homens e espíritos desavisados se transformaram em instrumentos das
forças do abismo.
É um período que, cronologicamente, encontra seu ápice na Idade Média;
felizmente, logo depois, é suplantado por idéias mais humanas e sadias, muito
embora os efeitos de conchavos do gênero ainda perdurem nos dias atuais, em
processos obsessivos gravíssimos.
A partir de determinado momento da historia, na modernidade, renasce no
interior dos templos, lojas e colegiados a sabedoria das leis da magia clássica
e da alta magia. Inspirados pelo Alto, Eliphas Levi, Papus e outros nomes dessa
importante escola representam o advento de novos conhecimentos para os
estudiosos no plano físico.
A magia então retorna a um estágio de transição, menos degradado, situado
entre as fases simbolista e fetichista. Perde, pelos menos entre os humanos
encarnados, o selo de negrume que por tanto tempo marcou o estudo das leis do
ocultismo.
Fim
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