quinta-feira, 25 de setembro de 2014

IBEJI


IBEJI é o único orixá permanentemente duplo.
A palavra Igbeji quer dizer gêmeos. Forma-se a partir de duas entidades distintas que coexistem, respeitando o princípio básico da dualidade. 
Existe uma confusão latente entre o Orixá Ibeji e os Erês. É evidente que há uma relação, mas não se trata da mesma entidade. O Erê é o intermediário entre a pessoa e seu Orixá, é o aflorar da criança que cada um guarda dentro de si, que reside no ponto exato entre a consciência da pessoa e a inconsciência do orixá. É por meio do Erê que o Orixá expressa sua vontade. Ibejis são duas divindades gêmeas, sendo costumeiramente sincretizadas aos santos gêmeos católicos Cosme e Damião. Portanto, enquanto os erês são entidades infantis ligadas aos orixás e seres humanos, os Ibejis são divindades infantis, orixás-criança, mas que são venerados como uma só divindade.
Sendo gêmeos são associados à dualidade (masculino e feminino, vida e morte, claro e escuro, sentidos opostos em geral latentes em cada ser humano). Por serem crianças são ligados a tudo que se inicia e brota, seja a nascente de um rio, o nascimento das crianças, o germinar das plantas e o desabrochar de novas vidas. São a personalização da inocência, da inconsequência, mas também simbolizam o equilíbrio e a ponderação. Ibeji é a divindade que rege a alegria, a inocência, a ingenuidade da criança. Sua determinação é tomar conta do bebê até a adolescência, independentemente do orixá que a criança carrega.
A sua regência volta-se para as brincadeiras, para a energia e a sagacidade de todos que se preocupam em preservar a criança que trazem dentro de si. Tem o poder do crescimento e da transposição de barreiras, trazendo com ele a capacidade de fazer a vida fluir tranquilamente, permitindo que o ser humano alcance a prosperidade e o progresso.
Seus filhos são pessoas com temperamento típico infantil. Costumam ser brincalhonas, sorridentes, irrequietas e nunca deixam de ter dentro de si a criança que já foram. Sua leveza diante da vida transparece no seu eterno rosto infantil, em sua dificuldade em permanecer muito tempo sentado, extravasando energia. Suas tristezas e sofrimentos tendem a desaparecem com facilidade e sem deixar grandes marcas.
Na natureza, os Ibejis se fazem presentes na beleza do canto dos pássaros, no voo das aves, na beleza e perfume das flores, na criança que temos dentro de nós e nas recordações da infância. 

No sincretismo religioso os Ibejis são associados aos santos católicos Cosme e Damião.

Aspectos Gerais

Dia: domingo
Símbolo: dois bonecos gêmeos em madeira, duas cabacinhas.
Metal: estanho
Elemento: ar e terra
Folhas: jasmim, alecrim, rosa.
Domínios: nascentes de rios, praças, jardins, parto, infância, amor
Sincretismo: Cosme e Damião (27 de setembro)
Comidas: caruru, cocada, cuscuz, frutas e doces.
Bebidas: suco de frutas, guaraná.

Saudação: Bejí Eró!


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