Exu é ativador de nossos merecimentos. É o que propicia
nossas vitórias e nossas derrotas, pois nem sempre sabemos lidar com a vaidade,
o ego, o egoísmo e a soberbia que aflora de forma acentuada quando se conquista
algo ou alguém. Exu é quem abre nossos caminhos, mas também fecha, tranca e
acorrenta nossa vida quando nos encontramos desequilibrados e viciados numa
maldade e numa possessão sem fim. Isso é a Lei e assim é EXU!
Exu é a força que atua sobre o negativo de
qualquer pessoa tentando equilibrar essa ação. É aquele que faz o erro virar
acerto e o acerto virar o erro. É aquele que escreve reto em linhas tortas,
escreve torto em linhas retas e escreve torto em linhas tortas.
Mesmo nos momentos em que nos vemos no meio do
caos, Exu sabe fazer com que a ordem prevaleça. Exu não gosta de displicência e
de injustiça, não aceita nada mais e nada menos do que lhe é de direito e de
dever.
Exu não faz, não participa e não orienta nenhum
tipo de magia negativa, Exu é Mago Realizador por excelência, e conhece
absolutamente tudo sobre magia. No entanto, conhece também a Lei Divina e a
cumpre com perfeição a cada momento. Magia negativa é ação do homem que deseja
mais do que pode, deve e merece. Exu dá e faz somente aquilo que for de
merecimento e de necessidade para o Ser, segundo a Lei Divina.
EXU, palavra iorubá (Èsù) pode ser traduzida como
“esfera” representando o infinito, o que não tem começo nem fim e que está em
todos os lugares, no Tudo e no Nada.
Ele é o “mensageiro”, recebe e leva os pedidos e
as oferendas dos seres humanos ao Orum, o céu. É o Senhor dos caminhos, das
encruzilhadas, da entrada e da saída. É o movimento inicial e dinâmico que leva
à propulsão, ao crescimento e à multiplicação.
São espíritos iluminados que, de forma muito
peculiar, conhecem nosso íntimo e nossa conduta muito mais que nós mesmos.
Seu dia da semana é Segunda feira, dia propício
para magias e rituais que invoquem paz, fertilidade, harmonia e meditação. De
energia lunar o dia favorece novos começos e confere poder.
Suas contas são pretas (neutraliza/absorve) e
vermelhas (ativa/irradia), reafirmando a energia da contradição de Exu.
Os exus atuam
diretamente em nosso lado-sombra e são os grandes agentes de assepsia das zonas
umbralinas. Em seus trabalhos, cortam demandas, desfazem feitiçarias e magias
negativas feitas por espíritos malignos, em conluio com encarnados que usam a
mediunidade para fins nefastos. Auxiliam nas descargas, retirando os espíritos
obsessores e encaminhando-os para entrepostos socorristas nas zonas de luz no
Astral, a fim de que possam cumprir suas etapas evolutivas em lugares de menos
sofrimento. Assim é exu: por vezes incompreendido, outras temido, tantas amado,
mas sempre honesto, alegre, feliz, direto no que tem a nos dizer, e incansável
combatente da maldade que o próprio homem alimenta no mundo.
Como bem ressalta Robson Pinheiro, no livro OS GUARDIÕES, “Exu,
figura de ordem e disciplina vilipendiada pela dominação cultural das batinas,
que, mesmo no século XXI, continua a ditar normas e pautar valores, nem que
seja no imaginário coletivo e atávico em que nos achamos mergulhados”
Alguns espíritos, que usam indevidamente o nome de Exu, procuram
realizar trabalhos de magia dirigida contra os encarnados. Na realidade, quem
está agindo é um espírito atrasado. É justamente contra as influências
maléficas, o pensamento doentio desses feiticeiros improvisados, que entra em
ação o verdadeiro Exu, atraindo os obsessores, cegos ainda, e procurando
trazê-los para suas falanges que trabalham visando a própria evolução.
O chamado “Exú Pagão” é tido como o marginal da espiritualidade,
aquele sem luz, sem conhecimento da evolução, trabalhando na magia para o mal,
embora possa ser despertado para evoluir de condição.
Já o Exu Batizado, é uma alma humana já sensibilizada pelo bem,
evoluindo e, trabalhando para o bem, dentro do reino da Quimbanda, por ser
força que ainda se ajusta ao meio, nele podendo intervir, como um policial que
penetra nos reinos da marginalidade.
Não se deve, entretanto, confundir um verdadeiro Exú com um
espíritos zombeteiros, mistificadores, obsessores ou perturbadores, que recebem
a denominação de Kiumbas e que, às vezes, tentam mistificar, iludindo os
presentes, usando nomes de “Guias”.
Para evitar essa confusão, não damos aos chamados “Exus Pagões” a
denominação de “Exu”, classificando-os apenas como Kiumbas. E reservamos para
os ditos “Exus Batizados” a denominação de “Exu”.
É importante ressaltar que exu não faz mal a ninguém, ao menos os
verdadeiros. Quanto a espíritos embusteiros e mistificadores que estão por aí,
encontram sintonia em mentes desavisadas e sedentas por facilidades de todas as
ordens.
POMBAS-GIRA
É a chamada polícia feminina do astral. Formam uma falange de amazonas do plano astral e trabalham em todo caso que envolve sentimentos e emoções mal orientadas e desequilibradas, que é sua vocação. Quando o caso exige um acompanhamento ligado ao emocional, nada melhor do que espíritos especializados nessas questões, que, além disso, são portadores da garra e da determinação que distinguem as guardiãs comprometidas com o bem do próximo.
Elas operam nas encruzilhadas vibratórias, que não guardam relação
com as chamadas esquinas das ruas terrenas. São exímias conhecedoras dos problemas
do coração, da sensibilidade, e exercem seu trabalho com maestria quando se
cruzam os problemas da razão, da perda do bom senso, com aqueles gerados por
emoções descontroladas.
Ao contrário do que muitos médiuns expressam, em seu animismo
confundido com mediunismo, esses espíritos não se comportam do modo como são
retratados pela incompreensão. Para nosso desapontamento, muitos sensitivos,
que desonram o verdadeiro trabalho dessas guardiãs, representam-nas, no momento
da incorporação, utilizando palavrões, atitudes grotescas e maldosas,
desprezando a oportunidade ímpar de concorrer para o equilíbrio do sentimento e
das emoções, técnica que elas dominam como ninguém no astral inferior.
Em suma, não podemos prescindir de sua atuação, pois nas esferas
do umbral elas desempenham atividade fundamental no resgate dos espíritos
comprometidos com o coração, a emoção e a sexualidade.
É certo, que existem espíritos na forma feminina que abusaram da
sexualidade e, do lado de cá, continuam com seus desequilíbrios, tanto quanto
ocorre com espíritos na forma masculina.
Muitos médiuns se sintonizam com essas entidades, que várias vezes
pretendem se mostrar, através da incorporação ou da psicofonia, como sendo
bombonjiras. São farsantes, espíritos inferiores e desrespeitosos, que produzem
mistificações as mais diversas ao estabelecer sintonia com médiuns obtusos,
comprometendo assim a imagem e o trabalho sério das verdadeiras guardiãs.
CLASSIFICAÇÃO PELOS PONTOS DE VIBRAÇÃO DOS EXUS
Exus do Cemitério: São Exus que, em sua maioria, servem à Obaluaiê. Durante as consultas são sérios, reservados e discretos, podem eventualmente trabalhar dando passes de limpeza (descarregando) o consulente. Alguns não dão consulta, se apresentando somente em obrigações, trabalhos e descarregos.
Exus da Encruzilhada: São Exus que servem a Orixás diversos. Não
são brincalhões como os Exus da estrada, mas também não são tão fechados como
os do cemitério. Gostam de dar consulta e também participam em obrigações,
trabalhos e descarregos. Alguns deles se aproximam muito (em suas
características) dos Exus do cemitério, enquanto outros se aproximam mais dos
Exus da estrada.
Exus da Estrada: São os mais “brincalhões”. Suas consultas são
sempre recheadas de boas gargalhadas, porém é bom lembrar que como em qualquer
consulta com um guia incorporado, o respeito deve ser mantido e sendo assim
estas “brincadeiras” devem partir SEMPRE do guia e nunca do consulente. São os
guias que mais dão consultas em uma gira de Exu, se movimentam muito e também
falam bastante, alguns chegam a dar consulta a várias pessoas ao mesmo
tempo.
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