Logunedé
ou Logun Edé, do iorubá Lógunède, é um orixá africano que se apresenta na
mitologia como filho de Oxóssi Ibualama e Oxum Ipondá. É cultuado na nação
Ijexá, como também nas nações Queto e Efan. No Brasil, é cultuado apenas no
Candomblé, sendo tratado como orixá menino, contudo, no Panteão das divindades,
trata-se de um orixá-filho.
Logun é o ponto de encontro entre os
rios e as florestas, as barrancas, beiras de rios, e também o vapor fino sobre
as lagoas, que se espalha nos dias quentes pelas florestas. Rei de Ilexá (Ijexá
- cidade da Nigéria), caçador habilidoso e príncipe soberbo, Logun Edé reúne os
domínios de Oxóssi e Oxum e quase tudo que se sabe a seu respeito gira em torno
de sua paternidade.
Segundo a mitologia, permanece seis
meses com as características de Oxum mais evidentes, vivendo nos rios,
pescando, e seis meses com as de Oxóssi mais predominantes, vivendo nas matas,
caçando.
É considerado um orixá “metameta” por
confluir as características de Oxum e Oxóssi, o que leva a equivocada
interpretação que seria Logun Edé, um orixá hermafrodita. Na realidade,
trata-se de um orixá masculino, herdeiro das energias de seu pai e sua mãe, que
se fundem e se mesclam como mistério da criação. Oxum lhe confere
características relacionadas a doçura, o carisma, a maternidade, a pesca e a
prosperidade, Oxóssi lhe atribui a astúcia e bravura do caçador, a paciência do
pescador, a habilidade e o conhecimento. Porém, Logun Edé tem suas próprias
características, traduzidas pelo poder da magia e da riqueza, sendo um grande
conhecedor da medicina das folhas. Gosta de internar-se nas matas à procura de
lagoas límpidas e profundas, sendo reconhecido como “príncipe das águas azuis”.
Assim, tornou-se o amado, doce e respeitado príncipe das matas e dos rios, e
tudo que alimenta os homens, como as plantas, peixes e outros animais, tendo a
astúcia dos caçadores e a paciência dos pescadores como principais virtudes.
Como simbologia, tem no cavalo-marinho
o seu representante, devido à postura deste animal, que independe do movimento
das marés. Outros animais que têm simbolismo com Logun são: o camaleão, o pavão
e o faisão (espécimes de extrema beleza e porte majestoso). Carrega numa das
mãos um ofá e na outra um abebé dourado, trazendo ainda uma capanga e um
berrante.
Pela característica desse orixá, nele
se forma um “Triangulo Iorubá”, constituído pelo pai (Oxóssi), mãe (Oxum) e
filho (Logun Edé), a exemplo das tríades sagradas: Pai, Filho e Espírito Santo
(Catolicismo), Isis, Osíris e Hórus (Egípcia), Brahma, Vishnu e Shiva
(Hinduísmo), entre outras.
Sincretizado como Santo Expedito, o
qual segura a cruz da espiritualidade e o ramo de palmeira, como elemento da
natureza – Logun Edé faz analogia, com o espelho de Oxum: representando a
espiritualidade, e o arco e flecha de Oxóssi: representando a caça e os
elementos da natureza.
Para Mãe Menininha do Gantois,
"Logun é santo menino que velho respeita".
Seus filhos são pessoas agradáveis e
educadas. Vestem-se com muita sutileza e elegância. Sensíveis, inteligentes,
com raciocínio rápido, “pescam” as coisas no ar. Tenazes, persistentes, nunca
desistem de seus objetivos. Procuram sempre coisas novas, pois gostam de viver
bem. Possuem grande sensibilidade a tudo que é belo; gostam muito de objetos de
arte. É por meio da mistura do amor com a magia que Logun Edé consegue fazer
com que seus filhos tenham uma vida harmoniosa e se tornem pessoas mais
equilibradas.
Aspectos Gerais:
Dia: quinta-feira;
Símbolo: Ofá (Arco e Flecha), Abebè
(Espelho na mão) e Cavalo-marinho;
Elemento: Terra (floresta) e Água (de
rios e cachoeiras);
Folhas: As mesmas de Oxóssi e de Oxum;
Domínios: Riqueza, Fartura e Beleza;
Sincretismo: Santo Expedito (19 de
abril);
Saudação: Loci loci, Logun!.
Referência Bibliográfica:
LOPES, Nei. Logunedé, Santo menino que
velho respeita. São Paulo: Pallas.
KILEUY, Odé; OXAGUIÃ, Vera de, O
Candomblé bem explicado. São Paulo: Pallas
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