Senhor dos contrastes, poderoso estrategista e astucioso, Oxaguiã é o
guerreiro jovem da família dos orixás funfuns (Orixás brancos). É saudado como Eleejigbô,
o “senhor de Ejibgô”, na cidade de mesmo nome, na Nigéria. No Brasil, possui
diversos codinomes: Orixá Oguiã, Oxalaguiã, Oxaguim, Xaguim, Oxodim.
Alguns o tratam como o filho de Oxalufan, considerado como
o mais novo dos orixás do panteão de branco, mas isto não o transforma em um
jovem, pois nenhuma divindade integrante deste grupo é considerada jovial,
porque são pertencentes à época da criação, o que os torna possuidores da idade
imemorial. Oxaguiã só é menos ancião que seu pai. Outros dizem que Oxaguiã é o
Oxalá novo, aquele que carrega a espada e o escudo.
Também conhecido como Ajagunã, é o conflito que
antecede a paz, a própria a revolução que dá início à evolução, visando o
futuro de maneira abrangente e não superficial, necessária ao dinamismo da vida
e da sociedade, e busca do conhecimento.
Orixá do progresso e da cultura, o Orixá da vida e
também da efervescência da vida, da discussão, da guerra e do avanço, da
estratégia, da inteligência, do branco, do claro, do positivo e do masculino! Oxaguiã
é também guerreiro e destrói para concretizar que o novo se estabeleça.
É o patrono da agricultura e das árvores. O grande orixá do inhame
pilado. É o único orixá funfun que guerreia, usando para isso uma espada e um
escudo que recebeu de Ogun.
Além do raciocínio, esse orixá usa o artifício da
guerra em determinados momentos. Grande estrategista, não entra numa guerra sem
antes pensar muito bem para não pôr em risco seus exércitos. Antes de guerrear
ele tenta promover a paz. Foi ele quem trouxe para o homem o ensinamento da
pacificidade, da disciplina, da hierarquia e do respeito e, por isso, gosta de
mostrar a guerra e a paz, para que o ser humano possa fazer sua escolha.
As pessoas com problemas de saúde a ele recorrem para
que intervenha e faça a vida prevalecer sobre a morte, porque ele transita
nestes dois campos. Esta sua vida/morte é comprovada pelo uso de suas cores: o
branco, elemento símbolo do ar, da vida, produto do orum, e o azul (o seguí),
representando o preto da terra, ele mento do aiê. Oxaguiã promove a comunicação
entre todos os orixás e também entre estes e os homens.
Oxaguiã criou o pilão (ojó odó) e a mão-de-pilão, que
se tornaram seu emblema e proporcionaram-lhe o título de “senhor do pilão”.
Este utensílio, dentro da religião, também pertence a Xangô, o orixá patrono
dos elementos fabricados com a madeira.
Oxaguiã representa o nascer do dia, simbolizando o
primeiro raio de Sol que esquenta a terra fria da madrugada. Ele é a claridade
vencendo e cortando a escuridão da noite, “acordando” o dia e ajudando o homem
a criar um novo ciclo de vida.
Os
filhos de Oxaguiã são trabalhadores, organizados e lutadores, ótimos líderes e
estrategistas e bons parceiros, tanto na vida pessoal e amorosa, como nas
amizades. São pessoas generosas, alegres, extrovertidas e felizes. Dedicados e
bondosos, sabem fazer e conservar amigos. Seu lado intelectual é bem
desenvolvido. Gostam de desafios e defendem os injustiçados e incompreendidos,
procurando sempre estar em defesa da verdade, por meio da argumentação. Embora
sejam guerreiros, não procuram confusões ou brigas, e não costumam ser
agressivos.
Aspectos Gerais
Dia: sexta-feira
Símbolo: espada, mão de
pilão, varas de atori, ofá
Elemento: o ar e a
atmosfera
Folhas: cana-do-brejo,
manjericão, alecrim, boldo
Domínios: lutas diárias
(pelo sustento e trabalho), paz, alimentação.
Sincretismo: Menino Jesus
de Praga, Espírito Santo.
Saudação: Xeueu, Babá!
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